1 minuto para ir além do sofrimento com Geshe Tsultrim Tsukphud

Este é o segundo vídeo da série “1 minuto para ir além do sofrimento” onde grandes professores Bön falam em videos curtos ensinamentos de Tonpa Shenrab para ajudar todos nós a termos uma vida feliz e livre.

Geshe Tsultrim Tsukphud é um professor maravilhoso. Ele veio do monastério Triten Norbutse e também foi um grande estudante da Sua Santidade Yongzin Rinpoche. Ele foi professor no monastério Triten Norbutse por muitos anos. Agora ele é professor no maior monastério Bön: Nangshi. Ele tem centenas e centenas de alunos.

1 minuto para ir além do sofrimento com Geshe Kalsang Gyatso

Nós convidamos grandes professores Bönpos e pedimos a eles para enviarem um video curto com o principal ensinamento, segundo a sua opinião, de Tonpa Shenrab para liberar os seres do sofrimento. Bençãos!

Geshe Kalsang Gyatso é do Tibet. Ele é um grande estudante da Sua Santidade Yongzin Rinpoche. Por muitos anos ele estudou Dzogchen e outros temas Bön. Agora ele vive no monastério Dachen. Ele tem muitos estudantes.

 

Perguntas e Respostas sobre Bön

Por que seres humanos sentem dor e sofrimento?

Porque estão condicionados a um mundo de ilusão. Por não conhecer a verdadeira natureza por trás da vida e de tudo o que acontece, criam uma série de conceitos mentais e acabam se apegando a eles. Esquecem por completo o momento presente, pois estão apegados aos conceitos criados no passado ou o que desejam no futuro, transformando o dia-dia em momentos de dor e frustração, como se não conseguisse se encontrar no mundo.

Por que o conhecimento do Bön pode ajudar?

A tradição Bön oferece práticas que dão autonomia para experimentar a real natureza de tudo o que existe. Quando você consegue chegar a essa experiência, tudo o que você conhece passa a ser compreendido de maneira completamente libertadora. Os conceitos e julgamentos vão embora, observando a si próprio como um todo, se percebendo livre. Tudo o que te aflige – perturbações, qualidades, defeitos, dores, alegrias, desejos e sonhos são libertados num espaço imenso e luminoso. Então, nessa liberdade tão profunda e intensa você encontra a compaixão e passa a viver livre.

Este viver livre quer dizer que tudo o que passa em sua vida é compreendido e você não precisa se apegar. Você simplesmente vive, experimenta e liberta, como um pássaro sendo solto novamente na natureza.

Somos como um pássaro, que aprendeu a construir uma gaiola ao nosso redor. Uma gaiola de sonhos, fantasia, crenças do que é certo e errado, de como você deveria ser, de aceitação e desprezo, bem e mal, bonito e feio, de paixões, amores e dependência. Então você reconhece que esta gaiola te mantém preso ali. As práticas Bön te ajudam a perceber a porta, abri-la e alçar um vôo livre e desimpedido para a imensidão do espaço.

O que é Bön?

Bön é uma tradição milenar antiga com mais de 18.000 anos fundada pelo Buda Tonpa Shenrab em um reino que era conhecido como Zhang Zhung. Buda Tonpa Shenrab reconhecendo que os seres humanos passam por uma variedade de sofrimentos, desenvolveu uma série de ensinamentos e práticas que pudessem beneficiar a todos. Ajudando a lidar com todo o tipo de situação e encontrar um caminho para uma vida iluminada, saudável e livre.

Estes conhecimentos foram divididos em três categorias: Sutra, Tantra e Dzogchen:

Os Sutras são textos sagrados que explicam em detalhes todo o Dharma, o conhecimento sobre toda a existência. Neste caminho o alcance da iluminação se dá com o desenvolvimento de qualidades positivas. Os Tantras são conjuntos de práticas avançadas para transformar a qualidade da energia e construir um corpo iluminado. O Dzogchen é o mais alto ensinamento Bön capaz de ajudar o aluno a reconhecer a verdadeira natureza de tudo liberando-o na grande vastidão luminosa.

Como são as práticas do Bön?

Os ensinamentos do Buda Tonpa Shenrab foram retransmitidos num elo de mestres à discípulo, chegando até o dia de hoje. Quando um mestre se torna livre, a energia luminosa desta liberdade flui para todos os seres. O aluno deve criar um elo especial com este mestre e toda vez que se conecta a ele, essa energia flui de um para outro, começando a desfazer todas as barreiras que impedem a percepção da natureza da existência.

Esta prática de conexão ao mestre chama-se Guru Yoga. Não é um apego cego e desorientado ao mestre. Guru Yoga é uma prática elevada e permite fluir toda a energia da linhagem dos mestres até você. Imagine que o Buda Tonpa Shenrab é uma nascente de rio no alto da montanha, jorrando água e energia. Cada mestre que a recebe, passa adiante, aumentando o fluxo e a força até chegar em você. Quando essa água chega em você, suas ignorâncias, apegos e doenças barram a fluidez. Mas pela energia ser forte e constante, com o tempo vai dissolvendo as barreiras até que você se torna livre, passando a liberar o fluxo. Portanto esta é uma das práticas mais importantes.

Estas barreiras que parecem existir em você são conhecidas no Bön como obscuridades mentais. Crenças arraigadas que impedem uma visão clara e ampla. As obscuridades também podem ser desfeitas por aquilo que no Bön é conhecido por Deidades. São como deuses e deusas com formato, cor, vestimenta e ornamentos específicos. Como se fossem mais nascentes de água ao lado de Tonpa Shenrab, que liberam um fluxo puro de energia capaz de atacar diretamente certos tipos de obscuridades com mais força.

Por exemplo, Sherab Chamma é uma deidade do Amor e Sabedoria, é puro poder e força, um amor capaz de proteger, destruindo as obscuridades. Quando invocada corretamente, principalmente gerando energia através de seus mantras, ela ajuda a destruir as obscuridades relacionadas às emoções e tristezas. Essa energia dissolve diretamente a tristeza, dando compreensão plena da situação, ajudando a se desapegar das causas do sofrimento. Trazendo mais força, enquanto enfraquece os obscurecimentos.

Outra prática é a repetição de mantras, um conjunto de sons, que quando cantados corretamente, despertam um fluxo de energia que se movimenta e aumenta de intensidade, atingindo e removendo obstáculos e obscuridades.

Um ponto importante a ser enfatizado é que o Dharma, o conhecimento que Tonpa Shenrab compartilhou, é real quando causa uma mudança na mente do praticante. Para isso é preciso acreditar no processo, abrindo mão de qualquer expectativa. Mas então só funciona se você acreditar? Imagine todo este fluxo de água correndo de Tonpa Shenrab; se você não acredita nele você não o vê, se não o vê você se fecha na gaiola e se está fechado na gaiola você escolheu um caminho de permanecer obstruído. Da mesma forma, se ficar com grandes expectativas e muito desejo, você está apegado e se está apegado você não deixa fluir e se não flui, você se prende mais uma vez em algum aspecto da gaiola e permanece obstruído. Assim como desejar com muita força ter poderes e ser iluminado, impede desenvolver os poderes e a iluminação.

A transformação da mente, a libertação e o reconhecimento da natureza por trás de toda existência é o grande objetivo de todas as práticas.

Por que existem prostrações, pujas e oferendas?

A energia é gerada pelo movimento. No Bön existem três portas de acesso para liberdade: o corpo, a fala e a mente. Com o uso correto destas portas todos nós podemos alcançar o vôo para liberdade.

Através das prostrações geramos energia limpa pelo corpo, removendo obstruções que estão nele e nos impedem de perceber a realidade. Assim como a repetição de mantras ajuda com energia da fala, e as práticas de meditação com a energia da mente. Quando as práticas são intensas as três portas são limpas e podemos ver a saída da gaiola com clareza e nos entregar a liberdade.

Os mestres Bön como Tonpa Shenrab comprovaram a existência de seres e entidades em outros mundos em outras formas de energia. Cada vez mais o ocidente percebe esta possibilidade quando passa a entender que tudo o que existe é energia em diversas graduações. Estes seres que vivem como outras formas de energia são capazes de ajudar a conduzir o fluxo de energia pura para o conhecimento da liberdade.

Quando falamos de um fluxo de energia pura não significa que existe o conceito de puro e impuro, é apenas uma palavra que denomina uma força que flui de um estado de plena liberdade. Estas entidades juraram proteção a todos os praticantes Bön e podem ser invocadas por todos os alunos que pediram o refúgio ao professor.

Os rituais de invocação e as oferendas para estas entidades são chamados de puja. Fazendo isso, as entidades vêm ao nosso encontro com grande força energética capaz de remover obstáculos em nossa vida, como espíritos, inimigos e pessoas que nos desejam mal. Em troca damos a oferenda cuja energia alimenta estas entidades. Não há aqui um conceito de bom ou mau. Toda entidade trabalhada pelo Bön é uma forma de energia com objetivo de ajudar o desenvolvimento de todos os seres para liberdade.

O que é transmissão, empoderamento e iniciação?

Transmissão é a leitura do texto original em sua forma resumida ou não, que conecta o aluno à energia de toda a linhagem de mestres derramando esse fluxo sobre ele. Ao se conectar a um mestre você recebe todo esse fluxo de energia, ajudando profundamente o seu desenvolvimento.

Da mesma forma, quando um mestre passa um ensinamento, ele pode empoderar o aluno ou introduzi-lo na prática através de uma cerimônia ou pequeno ritual, dando as instruções detalhadas da prática como: postura do corpo, ritmo do mantra, visualização relacionada a prática, entre outras coisas.

Iniciação são rituais especiais que introduzem o aluno de maneira profunda a determinadas práticas, por exemplo de uma deidade, apresentando a mandala da deidade e os aspectos mais secretos da prática. Estes aspectos são secretos porque até que o aluno tenha praticado o suficiente para percebê-lo não poderá compreender. Mas através da iniciação estará conectado ao entendimento de como este fluxo pode ajudar a remover obscuridades e entraves que nem temos consciência, como por exemplo a crença em um “eu” independente.

O que é o refúgio?

O refúgio é um tema amplo, mas de uma forma introdutória é como dizer que você vai entrar naquele fluxo de energia para dissolver as obscuridades até libertar-se. Quando um aluno sente que o caminho Bön é suficiente para ajudá-lo rumo à liberdade, ele pede ao mestre o refúgio.

Fazendo isso, você se compromete a realizar as práticas Bön sem misturar com outras linhagens, porque misturando as correntes de energia você perde a força de conexão com a linhagem destes mestres, colocando sua mente em outra conexão e enfraquecendo a qualidade da sua prática. Então quando você pede refúgio você se torna um Bönpo. Um caminhante da liberdade. O pássaro prestes a alçar o vôo da liberdade. O grande garuda que voa acima de toda existência.

Ao tomar refúgio você se conecta ao mestre para sempre. Mesmo no processo da morte ou em seu próximo nascimento, estarão ligados e você continuará recebendo esse fluxo de energia. Desta forma, todas as entidades e forças que conduzem a energia Bön, protegerão você contra forças contrárias e inimigos. Te ajudarão a seguir com uma vida próspera, saudável e alegre para praticar até alcançar a liberdade plena e assim sua energia ajudará libertar ainda mais seres em todos os modos de existência.

O que são canais de energia?

Os canais são espaços internos, como tubos, por onde circula a energia vital permitindo que ela seja conduzida por todo o corpo, purificando as polaridades (dualidades) e estabilizando a energia neutra do estado de união, similares aos nadis (Yoga) ou meridianos (Acupuntura). São conectados aos chakras, levando através deles esse fluxo de energia, a conexão de corpo e mente. No Bön são trabalhados principalmente os três canais centrais.

Causas externas e internas como traumas, medos e apegos, são somatizados em nossa mente, gerando obstáculos energéticos nos canais interferindo nesse fluxo. Através das práticas Bön você aprende como remover estes obstáculos utilizando sua própria energia.

Quando se gera energia para liberar esses canais a mente é trabalhada para desapegar-se de processos passados e futuros liberando um fluxo puro de energia que ao passar pelos canais remove as obstruções devolvendo ao corpo a saúde e vivacidade e às emoções, devolve a alegria e o contentamento com a vida.

Uma breve biografia de Tapihritsa (Ta pi hri tsa)

de Lobpon Tenzin Namdak

Aqui está “A História de Tapihritsa”, como relatado por Yongdzin Tenzin Namdak Rinpoche (extraído da transcrição editada de seus ensinamentos orais traduzidos por Geshe Tenzin Wangyal Rinpoche). Conhecer os detalhes da vida real de Tapihritsa faz com que a “Invocação de Tapihritsa”, uma prece composta e cantada por Nangzher Lopo, discípulo de Tapihritsa, seja ainda mais inspiradora!

Tapihritsa era uma pessoa comum de uma família nômade no país de Zhang Zhung. O principal professor de Tapihritsa era Dawa Gyaltsen. Tapihritsa praticou por nove anos antes de alcançar a iluminação. O lugar onde ele praticava é um lugar sagrado próximo do Monte Kailesh, um lugar chamado Senge Tap. Após nove anos de prática, Tapihritsa alcançou o corpo do arco-íris. Tapihritsa era contemporâneo do rei de Zhang Zhung, Ligmincha e do rei do Tibete, Trisong Detsun e outros iogues famosos de Bön.

Nangzher Lopo era um mestre muito famoso, um praticante experiente e muito talentoso, famoso naquela época em Zhang Zhung. Mais tarde ele se tornou o principal aluno de Tapihritsa. Apesar de Tapihritsa ter sido ensinado por Nangzher Lopo antes, Nangzher Lopo teve um problema com orgulho e não tinha alcançado a realização completa.

Um dia, Tapihritsa apareceu como um menino e desceu para a aldeia onde vivia um homem rico, Yungdrung Gyal, o principal patrocinador de Nangzher Lopo. Tapihritsa veio na forma de um menino procurando emprego na família de Yungdrung Gyal e ele os serviu por vários anos.

Nangzher Lopo estava meditando em uma montanha onde havia arbustos, e Tapihritsa estava cuidando dos animais da família. Esses mesmos lugares podem ser identificados hoje na parte ocidental do Tibete. Hoje, quando as pessoas vão a esses lugares poderosos, elas têm muitas experiências e visões. Algumas pessoas que não conhecem a história do lugar acham que estão vendo fantasmas ou algo assim.

Tapihritsa estava carregando muita madeira em sua mochila para cozinhar comida. Ele foi visitar Nangzher Lopo para prestar reverência. Nangzher Lopo hesitou quando viu o comportamento do menino. A maneira como ele estava reverenciando parecia especial e maduro, e ele pensou: “Quem é esse garoto?” Então Nangzher Lopo disse ao menino que ele parecia já ter praticado algumas doutrinas e princípios. Ele perguntou: “Quem é seu professor e qual é a sua prática? O que você está carregando? Por que você está se comportando dessa maneira?” O jovem rapaz disse: “Meu professor é a VISÃO. As visões são meus professores. Minha prática é não pensar. Minha meditação é sobre todos os seres sencientes. O que eu estou carregando são os meus pensamentos. Estou me comportando assim porque sou um servo da família do samsara”.

Desde que o jovem rapaz respondeu dessa forma, Nangzher Lopo ficou surpreso e eles entraram em um debate. Nangzher Lopo disse: “Se estas visões são o seu mestre, isso provavelmente significa que você não tem um mestre; se a sua meditação é não pensar então você não precisa de alimento; se você está meditando sobre seres conscientes, isso significa que você é iluminado, se você está carregando pensamentos, você não tem desejo e se você é um servo de seres samsáricos, você não sofre!” O menino respondeu novamente (e neste debate os ensinamentos já começaram). “Se você não percebe que a visão é o seu mestre, quem ensinou Samantabhadra?” perguntou o menino. “Minha prática é não pensar porque na base não há pensamento, e quando há um pensamento, não há prática. Estou meditando sobre todos os seres sencientes porque não os separo nem os discrimino, porque se alguém está discriminando não está meditando. Eu estou carregando pensamentos , portanto, isso significa que eu não tenho pensamentos e porque eu não tenho pensamentos, eu não tenho desejo. Eu percebo que tudo é ilusão. Eu ajudo todos os seres sencientes porque eu não faço distinção entre sofrimento e não sofrimento”.

Então o debate continuou. “Se você é tão bom”, diz Nangzher Lopo, “precisamos ir na frente do rei e debater. Se você vencer, você se tornará meu mestre. Se eu ganhar, você será punido pelo rei.” Tapihritsa deu uma grande gargalhada. “Todo carma e condicionamentos, causas e efeitos são falsos”. Basicamente, ele estava provocando Nangzher Lopo, dizendo: “Todos esses meditadores são prisioneiros de pensamentos; eles mantêm pensamentos em uma prisão e são guardas da prisão! Todos esses intelectuais que debatem não percebem que lançam uma rede na escuridão. Todas essas discussões são como uma piada e uma peça, uma arma feita de palavras. Todos os tantras sagrados são apenas elaborações da mente. Todas essas pessoas entendidas são sem sentido – elas sabem mas não têm experiência. ”

Então ele continua provocando, dizendo: “Essas grandes visões são bolhas de palavras – todas essas coisas são sem sentido e não fazem sentido. A condição real não pode ser mudada. A essência real não pode ser praticada. A sabedoria que se levanta não pode ser obscurecida. Quando você percebe , você não pode re-realizar ou tentar perceber novamente. Então, qual é o problema? Quem está reclamando? ” Agora Nangzher Lopo estava ficando um pouco irritado e percebeu que não era apenas um menino, mas uma pessoa especial. Ele ficou chocado e quase não conseguia falar. Naquele momento de choque e surpresa, ele olhou para o menino que então sentado projetou-se no espaço da forma como o invocamos – no espaço e no arco-íris. Então Nangzher Lopo estava realmente triste, percebendo todo esse carma ruim que ele criou por ter a visão errada. Ele fez prostrações e confissões, percebendo que o menino era uma manifestação de seu professor. Então ele pediu ensinamentos.

Naquele momento, o dono de todos os animais, Yungdrung Gyal, veio e viu essa discussão. Ele disse: “O que você está fazendo lá todo esse tempo? Onde estão todos os animais?” Então, imediatamente, Nangzher Lopo – que conhecia muito bem o Yungdrung Gyal – disse: “Que carma ruim nós criamos! Você coloca o mestre como um servo e eu disse todas essas coisas para ele!” Yungdrung Gyal entrou em choque. Esses choques são bons. Quando você acorda, você está em um lugar diferente. Então o menino subiu ao espaço e disse: “Eu sou Tapihritsa e vim especialmente para você”.

Esta é a história, Tapihritsa começou a ensinar Yungdrung Gyal e Nangzher Lopo. Ele disse: “Ouça atentamente e não se distraia” e ambos mantiveram-se claramente ouvindo.

Você entende quem Tapihritsa é agora? Isto não é apenas uma história; é um fato; aconteceu. Aconteceu durante o sétimo ou oitavo século. Os ensinamentos são Dzogpa Chenpo, a Grande Perfeição. O resultado é o corpo do arco-íris. Não há duvidas. Se houver dúvida em você, estas são seu carma. (Na verdade, Tapihritsa pediu que eles ouvissem com atenção, mas ao mesmo tempo ele estava falando com todos os seres inclusive você.)

A religião da liberdade

Lidar com a raiva quando ela surge não é um grande problema. O problema é quando você se apega a este sentimento. A grande maioria das pessoas acreditam que são livres mas não verdade isto não é verdade. As pessoas estão presas pelo fato de se concentrarem e seguirem os sentimentos e pensamentos que surgem. Se você elabora, de forma a seguir e se apegar, sobre os sentimentos e pensamentos que surgem mas não está fisicamente numa prisão mesmo assim está preso. Se você não elabora, de forma a tirar o foco do pensamento ou sentimento quando ele surge, mas está numa prisão, mesmo fisicamente preso você é livre.

A prática do Dzogchen te leva a liberar todos estes apegos, idéias e conceitos que constrói quando segue e se concentra nos pensamentos e sentimentos que surgem. Se você quer se tornar um verdadeiro praticante do Dzogchen e trabalhar seus diversos níveis, então junte-se a nós.

Geshe Tenpa.